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domingo, 29 de maio de 2016

Continuando a nossa conversa... / por O.Heinze

... já vou avisando,
faz tempo que não toco violão.
Tocar violão não é igual andar de bicicleta,
os dedos endurecem, dão nós e o som saí arranhado.
Andar de bicicleta não. É só subir nela,
cambalear por um minuto e pronto,
fica fácil novamente.
Beijar depois de muito tempo também não é simples,
você cai de primeira no abismo da paixão,
fica tonto por um tempão,
depois começa a ver passarinhos verdes,
sentir perfumes do nada,
e parece estar sobre uma bicicleta da realidade.
Só que você pedala, pedala, e não saí do lugar,
fica preso no lábio do outro lado,
pior, perde o fôlego, fica todo sem graça,
vermelho de amor, e então
desperta novamente no mundo da realidade boba.
É, beijar é algo inesquecível,
mas faz a gente esquecer de tudo,
até da bicicleta que lhe trouxera até o mágico beijo.

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